quarta-feira, 15 de agosto de 2018

FANTASMAS

Não, não grites comigo!
Pareces um zumbido de hipertensos
Um insuportável grilo-falante
a me julgar
segundo a tua régua

De onde tirastes tantas leis
de onde vês curvas nas retas?
De onde extrais esses chicotes mentais
de onde vem tanta crueldade?

Eu já fui um louco solto pela cidade
amante de personalidade de segundo escalão
pretensa artista de plateias vazias
mãe, pai, filho e espirito não tão santo

O certo e errado são conceitos
baseados em preceitos
nem sempre compatíveis com o modo de vida universal

Reduza o volume da tua voz!
Não grites comigo!
Abaixe o dedo em riste, o olhar altivo e o sorriso sarcástico
Chega de arrogância, de jogos e provocações

E de quem eu falo?
Não sei, não sei,
mas, não grites comigo!

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